segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Frase do dia

Eu vou deixar pra lá, fingir que esqueci, agir como se não importasse. O que é verdadeiro volta." (Caio Fernando Abreu)

Limpando as gavetas

A primeira coisa que joguei fora foi uma carta escrita num papel de carta antigo, até amarelado, que não tinha assinatura, mas as palavras eram gostosas de se ler. Palavras elogiantes, falando pra mim de um jeito doce. Talvez aquele escritor não me conhecesse bem e, por isso, me achasse tão fantástica assim.
Depois foram minha apostilas da faculdade. Fotos e lembranças daquele tempo. Vídeos de formatura.
 - Por que você vai jogar isso fora? É sua vida!
 - Faz quase cinco anos que me formei e não vi até hoje, acha que vou ver?
Foi desprendimento. Joguei fora não só papéis, vídeos e fotos. joguei fora parte da minha história e quem me conhece sabe o quanto isso é difícil pra mim. Minha vida ali parecia mais uma caixa de pandora que estava sendo esvaziada. Eu jogava fora amores, pessoas, tristezas, memórias, vidas, saudades. 
Às vezes preciso disso.
Foi um fim de semana feliz e melancólico.
Sei que ontem fiquei de te ligar, mas sinceramente não tava afim de falar com você. Nã sei se isso é bom ou ruim, mas, maniqueísmos à parte, fiz o que EU queria.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Chegar, sentar e falar tudo seu pra uma pessoa que você nem conhece. Isso eu faço todas as quartas há quase seis meses. Ontem falei com ela que isso me incomodava, era uma situação de poder e eu era a parte vulnerável, a parte inferior daquela situação. Ela retruca: não penso assim, eu é quem sou a parte vulnerável da relação, afinal eu só sei o que você diz pra mim. Não sei nada além do que você me diz.
Tá, ontem eu saí arrasada por não ser capaz de resolver os meus problemas, sendo que até meu sobrinho de três anos faz isso. Meus problemas são pequenos. O mundo passa fome, perde dignidade, o mundo tem problemas maiores. Saí precisando de colo, mas não tinha, então deitei no meu travesseiro mesmo. Aquela música ainda rondava a minha cabeça e isso me fazia pensar em você. Mas eu não podia ter seu colo mesmo assim, mesmo que ontem eu quisesse muito. Você está numa fase tão "myself" que eu não posso exijir nada. Isso te faz bem e chega de eu estragar tudo. Mas eu queria falar mais. Ensaiei mais mensagens, mas não foram enviadas. Não foram porquê me odiaria pro resto da vida e agora não quero isso, com certeza não.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Isso é perigoso, menino!

Tem coisas que insistem em permanecer. Deixamos. Por algum motivo não vão embora e deixei de tentar entender. Não vai mesmo dar certo nunca. Não do jeito que eu quis. Mas existe uma dependência pseudo-intelectual. Fato.
O problema é que essa dependência existiu antes, em outras cabeças, em outros tempos e o fim é trágico. E mais uma vez será.
HOJE. Esse foi o título do post que li ontem. Ainda cru, ainda sem muitas palavras. Mas o mundo que fervilha naquela cabeça é grande. Logo, o blog também será. Eu disse, isso é perigoso. Palavras são perigosas.
Mas prometo (se acretida em - minhas - promessas), serei menos cruel (se eu conseguir...).

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza.

Mas então chega o depois, a coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face. Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna.

Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem,
só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho.

Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.

Olhe-se no espelho...

Lya Luft

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Com todas essas coisas que andam acontecendo no FeFeLeCHistão, acabei lendo umas coisas antigas e achei alguns textos de pessoas antigas.
Uma parte coloco aqui. A pessoa, ao que vejo, prefere o anonimato, ou simplesmente se autodenomina Y. Por isso não tem créditos, mas que fique claro que não é meu. Como quiser. Fato é que concordo com...

Caro leitor, meu nome é Y. tenho 27 anos e sou considerada uma pessoa do grupo dos jovens. Nesses anos de vida e ao menos doze de juventude, nunca: participei de uma Ong ou de algum movimento social. Não acredito em nenhum Deus institucionalizado, não acredito na maternidade - ao menos não nos moldes em que a vivemos, não acredito em relacionamentos monogâmicos, em uma ética pautada pelo trabalho, na Academia, nos sindicatos, em representantes estudantis, na Escola. Não acredito em filmes pornôs, não confio na água que eu bebo, desconfio do ar que respiro, das roupas que visto e do tênis que calço.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Musiquinha gostosa do fim de semana ( na cama com chuva...)



Não Existe Amor Em SP

Criolo

Não existe amor em SP
Um labirinto mistico
Onde os grafites gritam
Não dá pra descrever
Numa linda frase
De um postal tão doce
Cuidado com doce
São Paulo é um buquê
Buquês são flores mortas
Num lindo arranjo
Arranjo lindo feito pra você

Não existe amor em SP
Os bares estão cheios de almas tão vazias
A ganância vibra, a vaidade excita
Devolva minha vida e morra afogada em seu próprio mar de fel
Aqui ninguém vai pro céu

Não precisa morrer pra ver Deus
Não precisa sofrer pra saber o que é melhor pra você
Encontro duas nuvens em cada escombro, em cada esquina
Me dê um gole de vida
Não precisa morrer pra ver Deus

sexta-feira, 21 de outubro de 2011



Acabou o cheiro do cigarro, acabou o cheiro do café, o cheiro do cabelo molhado.
Acabou as tempestades, as brigas, as marcas de unhas nas costas, o entrelaçamento de dedos, os dedos nos cabelos, as roupas espalhadas pela casa, os jantares com batata frita.
Acabou os livros espalhados pela casa, acabou as discussões intelectuais, acabou o pensamento filosófico.
Acabou. Acabei.
Ana

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Hoje é sexta-feira!

Dia nacional da cerveja, o que me lembra bar e o que me lembra Belo Horizonte -  capital latina dos bares...
Eu recebi por um e-mail com esse "testículo" (que ele atribui a um pequeno texto), mas muito reflexivo (risos).
Assim, imaginei essa cena num bar qualquer de BH....

Garçom, que dose de mentira você tem?
- Temos: 'eu te amo', 'nunca vou te deixar',
'eu quero você comigo' e
também temos uma que anda saindo bastante: 'pode confiar em mim'.
- Ahhh... Manda toooodas que hoje eu quero me iludir!!

Empático?
Ana

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Medo do escuro

Fear of the dark, fear of the dark
I have a constant fear that something's always near
Fear of the dark, fear of the dark
I have a phobia that someone's always there
I.M.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Dia complicado!

Hoje vim trabalhar pensando: Vou ter um bom dia, não vou me preocupar com meus problemas, não vou deixar que nada atrapalhe. Mas como não temos como prever o futuro, mal peguei o telefone e um pepino enorme, que me deixou chateada logo cedo. Passou, resolvi o problema e continuei, nada vai abalar... No meio da tarde, recebi um e-mail super bacana, que esperava há quase um ano.
Se temos momentos felizes na vida, esse foi um deles. Brigadinha, P. Nem merecia as coisas que me deu de presente.
Mais no fim da tarde, outro e-mail, mas que dessa vez me tirou do sério. Têm pessoas que não valem mesmo a pena.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Começando a equilibrar

Dizem que depois da tempestade vem a bonança. Dias antes falei que estava vivendo verdadeiros dias de "Irene", pois agora as coisas começam a se equilibrar.
Dia desses uma prima minha, a Lu, tinha me dito pra eu ler o tal comer rezar amar pq eu precisava ler o tal livro. Quem me conhece, sabe que não dispenso uma boa leitura, mas acho que fui até mal educada com ela, pq eu sabia que era um best seller bem senso comum e eu destesto-best-sellers-senso-comum!
Confesso que eu tinha ganhado esse livro de uma tia que mora nos EUA, até comecei a ler o tal livro pra não enferrujar o meu inglês, mas não passei da 10ª página.
Essa semana, tá lá de novo a minha prima com um exemplar na minha casa: " Tá aí, se quiser, dá ao menos uma folheada, se interessar, leia."
No mesmo dia, cansada do tédio, comecei a folhear o tal livro.
Sinceramente, não é o tipo de literatura de minha preferência, mas fui lendo, lendo, lendo... Já quase terminei a primeira parte e, ou eu sou muito comum, ou a mulher tinha os mesmos problemas que eu, "ilgualim".
Não é fácil admitir, mas a leitura me fez tomar certas decisões na minha vida. Decisões que eu já sabia que deveria tomar, que a minha psi já dizia que eu deveria tomar, mas nunca me ouvi. Acho que estava faltando simplesmente ouvir o que eu quero.
Agora sei.
Com certeza não é comer, rezar e amar, mas fazer as coisas que eu mais amo e que eu deixei que roubassem de mim...

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Decidi voltar a fazer as coisas que me dão mais prazer na vida, viajar e estudar... a primeira ainda depende de alguns ajustes, mas a segunda, começo hoje mesmo!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Hurricane life

Minha vida, pra variar, está quase um "Irene". Tem horas que é tempestade tropical e tem horas que realmente leva tudo o que encontra pela frente. Mas saí de um relacionamento difícil, me meti em outro pior ainda. Até minha irmã disse que eu tenho o dedo podre pra arrumar namorado...
Acho que quero ficar sozinha, pensar em mim, colocar velhos planos em ação, estudar mais inglês, planejar uma viagem nova (mesmo que seja pra cidade vizinha), cuidar das plantinhas da minha casa...
Essa vida de "Irene" acaba comigo um dia!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Alguém viu um humano por aí?

Não sei se é um fenômeno localizado ou se o vírus da exigência se espalhou descontroladamente. Algo me diz que estamos vivendo o auge de de uma febre yuppie intelectual passiva. As pessoas não tomam mais vinho de garrafão; espumante? Nem pensar, ou é prosseco ou melhor água mesmo – não da torneira, claro.  Até a velha e boa pinguinha tem que ter grife ou pedigree. A exigência é tanta que se espalha até pelos sanitários: ui, acabei de ofender os toaletes. Banheiros, então... datou. Se não for lustroso, perfumado e com sabonete líquido, não serve. Parece que foi outro dia que as pessoas agachavam ali no matinho e pronto! Mas agora não! O carro tem que ter ar-condicionado, o aplicativo tem que ser baixado em sua última versão, as mulheres têm que ser esculpidas e barriga chega a ser ofensa.
    A exigência é progressiva e viciante. Nada está bom, nunca. Antes fossem apenas os chefes os seres picados por esse mosquitinho, mas hoje tem marido, amigo, vizinho e até estagiário fazendo cara de nojinho pra você. Foto com celular e não é Hipstamatic? Hello? A fila anda! As vezes parecemos um bando de gente torcendo o nariz para a coxinha no almoço sem nos darmos conta de que estamos na rodoviária! Todo mundo é fino, limpo, equilibrado e aspirante a conde.
    Depois as pessoas não sabem por que brigam no trânsito. Por algum lugar tem que sair a humanidade que há em nós. Ainda bem que na intimidade todo mundo sente o cheiro do seu próprio peido.

Surrupiado de Eu Lia, tu Lias

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Recados de aniversário

A Gabi esteve por aqui e me deixou no PC um recado de aniversário...


"Amarelo me lembra ouro,
 ouro me lembra ladrão,
ladrão me lembra você
que roubou meu coração!
Feliz aniversário.
I love you.
Gabriela
22/05/11"


São coisas assim que fazem feliz...

Como é o gostar

Gosto quando me abraça, quando me fala ao telefone, quando olha pra mim com seus olhos pequenos e eu vejo as sardas do seu rosto completando o conjunto de um sorriso lindo. Gosto quando decidimos as coisas de última hora, quando saímos comendo subway (baratíssimo) e correndo  pra não perder o horário do ônibus. Gosto quando corto as suas unhas, passo creme de algodão pra ficar mais cheiroso e macio enquanto está deitado na minha cama. Gosto quando se vira de costas e diz assim: gruda em mim! Gosto quando a gente briga e daí vc faz alguma coisa que eu não aguento e morro de rir. Gosto da forma que funcionamos, da forma que colocamos nossos medos, nossas vidas, nossas verdades e nossas manias. Gosto dos nossos planos inalcançáveis, dos nossos sonhos próximos e utópicos. A gente quer abraçar o mundo, quer ajudar todo mundo, mudar o mundo, revolucionar o mundo e ainda não temos um mundo próprio. Talvez a gente seja assim mesmo, do mundo!  Mas gosto quando me diz as coisas que incomodam, mesmo difíceis de ouvir. Gosto da sua verdade, da sua sinceridade. Não vejo mentira em você. Gosto do seu gosto e do seu cheiro. Gosto da sua língua e do seu beijo. Gosto do seu pensar e do seu falar. Gosto do seu gostar.
Gosto de tudo em você!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

quinta-feira, 12 de maio de 2011

segunda-feira, 2 de maio de 2011

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Frase do dia

"Is your yelling designed to scare me because I'm not sure what I'm supposed to be scared of. More yelling? That's not scary. That you're gonna hurt me? That's scary, but I'm pretty sure I can out run you."
Cuddy

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Saindo para o feriadão...
 hasta lunes!

Frase do dia

"It's a basic truth of the human condition that everybody lies. The only variable is about what."

Gregory House

Estrelas



Quando eu era criança, me disseram que se eu fizesse um pedido pra uma estrela cadente, ele se tornaria real. Pedia sempre duas coisas: uma era que eu queria ser feliz, a outra é que meu pai não viajasse tanto à trabalho pra poder ficar mais comigo. Ontem vi uma estrela e percebi que há muito não olhava pro céu. Pensei nos meus pedidos e continuo querendo ser feliz, mas o segundo, ah, esse já não é mais possível...

terça-feira, 19 de abril de 2011

Novo

Hoje teve uma apresentação dos pequenos na escola e o autor de um livro compareceu. Maurilo Andreas é publicitário e tem um blog bem bacana sobre livros que ele leu. Andei vendo algumas coisas e percebi que meu blog estava de lado. A sorte é que eu sou meio relapsa, mas acabo retomando as coisas que me fazem bem. Muitas coisas aconteceram nesse meio tempo e o meu silêncio nada mais é que um reflexo de tudo que eu vivo. Eu até pensei em escrever tudo o que aconteceu, mas preferi guardar essa história pra mim.
O que importa é que vendo o Blog do Maurilo, deu vontade de voltar a escrever, deu vontade de repaginar o blog e a vida também...
Pois, é, eu tô aqui de novo!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Um


VOCÊ NÃO SABE, NEM VAI SABER
QUE SEM VOCÊ POUCA COISA SOU
SOU PÓ RASTEIRO, CAPIM NO CHÃO
ÁGUA SEM RIBEIRÃO...
CHUVA QUE CAI FORA DA ESTAÇÃO
SEU RASTRO A CHUVA LAVOU DO CHÃO
OU MESMO O TEMPO JÁ DESMANCHOU
MAS TÁ MARCADO EM MEU CORAÇÃO
CADA LUGAR QUE VOCÊ PISOU, MEU AMOR.

terça-feira, 12 de abril de 2011

domingo, 27 de março de 2011

Good day

Realmente as coisas estão acontecendo e eu tô realmente feliz! Brigada pelo dia de hoje...

sábado, 19 de março de 2011

Taste in your mouth

Ele tinha um gosto ruim na boca, um gosto de comida ou de pasta de dentes, difícil de identificar, mas era o melhor beijo que tinha ganhado. Beijo com gosto de comida, de pasta de dentes, gosto de saudade e gosto de beijo perfeito...

terça-feira, 1 de março de 2011

Mundos paralelos

A minha teoria é que vivemos em mundos diferentes uns dos outros e podemos transitar entre eles. Mas temos um mundo pólo, aquele que vivemos a maior parte do tempo e de onde saímos e voltamos sempre. Tenho gostado do meu mundo pólo.
A vontade de encontrar pessoas que estão transitando pelo meu mundo é grande. Por isso decidi pegar aquele ônibus debaixo de uma chuva torrencial. Na intromissão de uma conversa quase vendi meu ingresso pro Rock in Rio, atendi dois telefonemas e logo desci. Queria logo te ver. "_ Atrás da banca de jornal, Ana!". O vi já num abraço que eu precisava.
Subimos Rio de Janeiro debaixo de uma chuva que já não incomodava mais. Eu já estava no melhor lugar do mundo: Um boteco copo sujo numa rua qualquer de BH, tomando uma cerveja num copo Lagoinha e com uma vontade danada de que o tempo não fosse mais um problema.
Da cozinha, a plateia assitia ao espetáculo amoroso. Beijos e amores ainda não descobertos...
_ " A conta por favor!"
Logo os beijos não tinham mais espectadores e, por isso, mais ofegantes. Mas era tarde. E novamente o tempo angustiava.
E o melhor da noite foi a sensação de proteção e  o amor que ele deixou...

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Espelho

Você sempre briga, mas acaba acatando as críticas e cresce com elas, então pronto, vou falar.
Se tem uma palavra que te descreve é a “ambigüidade”. Você é dupla, e isso é uma característica que assusta muita gente que não sabe lidar com isso. você não apresenta características tão distintas, tão certinhas que qualquer um percebe logo de cara. Na verdade você é o tudo e o contrário de tudo. É lado e avesso. É contraditória.  Fareja de longe as suas possíveis desilusões. Tem uma intuição tão especial para perceber o perigo de uma desilusão que você acaba não vivendo o que tem que ser vivido, daí fica tudo pelo meio do caminho, inacabado, mesmo assim é sensível, talvez umas das pessoas mais sensíveis que eu já conheci. Além disso, você passeia como ninguém entre os vícios e as virtudes, entre o bem e o mal, entre o inferno e o paraíso e sai ilesa, ou chora um tempo e depois se recupera. Você é camaleônica! Consegue se adaptar a qualquer ambiente e a qualquer situação com uma rapidez e uma facilidade surpreendentes e isso não é ruim, talvez sofra menos assim.
Você tem outras características. É inteligente e curiosa, tem disponibilidade para todo tipo de experiência nova, compreende tudo com facilidade, é empática com as pessoas, mas é superficial em outras. Às vezes parece estar fora da realidade, viaja muito nos seus planos, é muito racional às vezes e isso me assusta. Não leve a vida como um jogo, apesar de você saber jogá-lo muito bem. Talvez seu ponto fraco seja quando as pessoas duvidam da sua capacidade de pensar. Quando elas desdenham de você e já vi você sofrer muito por isso que te deixa exausta psicologicamente falando. Você fica esgotada!
Quando você tá feliz com você mesma e sua auto-imagem, você é a pessoa mais linda desse mundo, dá gosto ver seu sorriso, sua leveza, mas quando não está precisa de elogios todo o tempo. Você fica insegura e insuportável. Já te falei pra não se preocupar com isso, você é linda e não deixe ninguém dizer o contrário. Você é intensa! Tem um monte de qualidades que se as pessoas não veem é porque são idiotas. Você é livre, mas  é fiel e leal aos amigos e aos seus amores e isso não é pra qualquer um, quem conseguir  te manter apaixonada é um gênio e espero sinceramente que encontre essa pessoa. Mas não estraga tudo quando ficar insegura e achar que tem que acabar com tudo antes que se apaixone.

Ana

Exposição

Mais uma vez vou ter que expor. Mais uma vez terei que ser julgada e como na maioria das vezes condenadas. Mas eu sei que tenho que fazer isso. É necessário. Não aguento mais ser taxada de inconsequente, irresponsável e louca. Espero compreensão, será que terei? É a última tentativa.

Meu mundo equilibrista

Eu vejo o mundo como paralelos. Tem o paralelo familiar, o paralelo profissional, o paralelo neutro, o paralelo mundial, o paralelo do lazer, o paralelo dos amigos, o paralelo sexual, o paralelo sentimental, o paralelo dos acontecimentos. Eles muitas vezes transitam entre um e outro, mas todos com uma imensa necessidade de se manter equilibrado. Muitas vezes é melhor que esses mundos não se cruzarem ou acontece o caos.
Outras vezes parece que não vivemos em nenhum deles, é o que eu chamo de paralelo neutro, assim como o 38 das Coreias. Aquele que você não pode carregar armas, sai de órbita e pouca coisa que acontece nele faz diferença nos demais. Ultimamente tenho querido estar nesse. Ficar em descanso, nem perto mesmo das pessoas que amo ou me fazem bem. Queria estar estática, apenas comigo mesma.
As coisas andam tensas por aqui. Estou prevendo uma guerra-pessoal-mundial, e que ela venha logo. Só depois da guerra é que as coisas mudam e se for necessária, que venha logo e eu saiba como lutar.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Cansada desse mundo maniqueísta

Esses dias que me vejo meio estranha, entendo bem o que as pessoas pensam: ou se é do bem, ou se é do mal. Então, se eu sou do mal, vc é do bem, certo? Odeio pensamentos medíocres....

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Ah se eu tivesse um...


Todo mundo que me conhece sabe que eu não vou ter filhos. Mas ninguém entende que não é egoísmo. Acho que o mundo é cruel demais pra cuidar dele por mim. Não vou entrar em detalhes, não é meu objetivo. Mas seu um dia eu tivesse, ele ia escutar rock'n roll (e se aparecer um pai por aí que que cante no chuveiro com ele, pode se candidatar! Rsrsrs), ia saltar de paraquédas comigo, andar de skate e patins, surfar em Teahupoo, viajar pelo mundo, aprender cedo o significado de respeito, usar as roupas que ele quisesse, cantar e dançar ridiculamente sem que ninguém encha o saco, brincar até cansar, saber a hora de parar... Ah, se eu tivesse um acho que seria assim...

P.S.: esse texto foi escrito há muito tempo. Muitas coisas aconteceram depois, mesmo assim, resolvi publicá-lo.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Blue pill is the power

Como o meu colaborador-mor não deixa espaço para comentário, vou ter que comentar o post abaixo em forma de post mesmo! Muita gente me reclamou falando que não entendeu nada, nem é pra entender, é o estranho mundo de Vanderbrognem, mas um dia esclareço tudo. Por enquanto, vamos ao comment!
Incrível como os homens são fáceis de de manipular.  É só dar um um pílula azul que eles se acham mesmo os donos dopoder.
Fico imaginando Hobbes dissertando sobre. Ah! E  eu não falei mal do Hoobbes, ao contrário, falei que o cara é foda, pq o que ele disse ainda tá valendo.
E o Mendes.... um paulistano filhinho de papai num lugar tão... tão... civilizado! Hobbes também diria que ali, os homens teriam as mais puras e genuínas raízes. E vc gostou, fala sério Mendes! Só não pulou pra cima da mina por causa do seu ético e familiar contrato social. Os caras só partiram pra brigam pq quebraram o tal contrato, ou seja, são mais livres que vc.
Ah, e como corinthianos não vão conseguir comandar nada! Mas até que conduzir essa massa alvi negra falida para os campos de gás não seria má ideia, hein! O que vocês precisam pra comandar essa cambada? Blue pill? kkkk
 

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Esse mundo tá perdido!

Poder e vaidade

Estar no poder dá um sentido interiormente diferente às
 suas paixões, aos seus desígnios, à sua estupidez mesmo - LACAN

Às vezes, ensinar nos coloca em situações complicadas...
Como explicar à um garoto de 14 anos o que é poder? Começo assim:
- Aprenda uma coisa, F.: Tudo nessa vida é por interesse! (Que a mãe dele não me ouça dizer isso!)

A aula remetia ao Estado Novo  (1937). Pior que explicar poder e vaidade era explicar poder e vaidade na política a esse mesmo aluno que um dia me disse que já cresce com a ideia de que política é tudo "balela, tudo mentira".

Daí lembrei de Hobbes, que lá no século XVI/XVII dizia que o homem, em seu estado natural, é egoísta, egocêntrico e inseguro, por isso tudo o que ele produz é pobre, sórdido, brutal, solitário. Que todos seríamos lobos, mas que através de um contrato social convivemos uns com os outros e que para isso seria necessário um soberano que puna. Isso, é lógico, levando-se em conta que a base do poder está na necessidade de se exercer um controle da natureza humana, neutralizando a liberdade de cada um e a tornando uma liberdade vigiada sustentada na segurança que esse soberano o daria  em troca a segurança, já que o o ser humano é o único animal que tem a noção da morte. (Medíocre isso, né?!)



O que me chama a atenção é que quando se trata de poder, a humanidade não teve muito progresso no processo civilizatório. O poder ainda envolve muitos sentimentos, sociedades inteiras e continua sendo o principal instrumento de coesão das relações sociais. Chega a ser assustador pensar que o mesmo poder citado por Hobbes ainda é praticado pelos homens modernos.
Mas voltando ao aluno, pensei que ele não iria assimilar tudo isso, então, como eu colocaria naquela cabecinha que Getúlio Vargas era um homem poderoso?  
Pensei nas suas relações adolescentes e supus:
- Imagine que você tá afim de uma menina da escola, daí ela, todos os dias, passa por você jogando charme, mas sempre te ignora. Só que isso faz com que cada vez mais você se apaixone. Então ela exerce um poder sobre você, certo?
- Sim, mas daí eu não vou ficar na dela, finjo que não tô nem aí!
- Então, ela mexe com a sua vaidade. Mas você está apaixonado, se ela for falar com você, com certeza, vai se derreter pra ela!
- Ai, odeio quando isso acontece! Mas o que isso tem haver com Vargas?
- Vargas dava o que o povo queria, eram todos "apaixonados" por ele! Mas viviam presos ao seu autoritarismo. Ele sabia como fazer a propaganda certa e poderia fazer o que quisesse no governo que todo mundo apoiava... não foi à toa que ficou 18 anos no poder!
- Tá, mas não entendo hoje. Todo mundo xinga o presidente, o cara ganha mal, tem encheção de saco e ainda tem gente querendo o cargo!?
- Olha o poder aí, F., Olha o poder aí! Ser presidente não é sinônimo de ter um bom salário, o poder é muito melhor que o dinheiro, mas estão interligados. Poder é comandar um bando de imbecis que não têm a mínima competência de viverem eticamente com as próprias pernas e isso é prazeroso. Isso mexe com as vaidades meu caro! Leia Hobbes, você um dia vai entender!

Ana
P.S.: Fragmentos de uma aula de duas horas... Depois ele entendeu (espero) sobre Vargas!




Vestido de velório

Ela abriu a porta de súbito, colocando nas mãos todo o ódio que sentia naquele momento.
Olhou de um lado, olhou de outro com olhos arregalados e apenas viu a chaleira de barulho infernal sobre o fogão. Parecia que não tinha ninguém em casa. Desligou a chaleira, chamou por alguém e ninguém respondeu. Os olhos estavam borrados de lápis preto, afinal havia chorado muito por ter perdido. Perdeu, perdeu tudo. Perdeu Pablo, perdeu seu amor, perdeu o seu chão, perdeu a sua dignidade.
Com o joelhos dobrados bem perto do corpo sentado ao chão da cozinha percebeu que não podia mais fazer nada. Ficou melancólica por dois minutos olhando para imagem que refletia no vidro do forno: desfigurada, molhada, desencantada. Levantou-se, arrastou-se até o quarto, colocou seu melhor vestido de velório, chapéu, óculos escuros, seu punhal herdado do avô e foi caçar.

Ana

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Os sonhos não envelhecem

                            




Ontem eu lembrei da minha mineiridade. Coisa que eu tenho orgulho de ter. Conversando com uma pessoinha que tem sido muito importante, lembrei dessa minha parte da minha vida. Tinha até esquecido como é bom se ter uma raíz. Falando de música e afins, ela me manda uma música do Milton Nascimento.  Com isso me veio à cabeça o chamado Clube da Esquina, fundado desprenteciosamente por Milton e os Borges num bairro tradicional de BH, o Santa Tereza. Fizeram música de qualidade, juntaram os músicos Flávio Venturini, Beto Guedes, Tavinho Moura, Toninho Horta, Wagner tiso, Fernando Brant entre outros. Na nossa conversa lembrei de uma Belo Horizonte que respirava música, respirava a literatura dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse: Fernando Sabino, Helio Pellegrino, Otto Lara Rezende e Paulo Mendes Campos, a Belo Horizonte da Hilda Furacão, a Belo Horizonte que recebeu seus mineiros mais ilustres: Drummond de Andrade, Guimarães Rosa,  Juscelino Kubitscheck, Tancredo Neves... Lembrei mais, lembrei da Minas Gerais e sua História, uma história que no interior parou no rico século XVIII, de cidades inteiras com as mesmas características de Igrejas e casas coloniais, de mitos de liberdade... Lembrei dos traçados planejados da capital moderna, mas que tem mais história viva, intacta, preservada. Ouvi música de mineiro, (re)lembrei o que é ser mineiro, (re)lembrei quem eu sou, lembrei de mim.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Ler devia ser proibido


A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.



Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.



Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.



Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?



Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.



Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.



Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.



Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.



O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?



É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova... Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.



Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos.



Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.



Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos... A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.



Ler pode tornar o homem perigosamente humano.







Guiomar de Grammon, In: PRADO, J. & CONDINI, P. (Orgs.). A formação do leitor: pontos de vista. Rio de Janeiro - Argus, 1999. pgs.71-73.

cartas




Costumam dizer que eu sou antiga, mas tudo é antigo levando-se em conta que o tempo sempre segue em frente. Dizem que sou antiga porque eu costumo escrever cartas. Ah, se eu fosse uma Australopthecus seria moderna!
Já parou pra pensar se extinguissem os serviços de postagem no mundo? Como eu poderia me emocionar ao receber um presente pelos correios? Como eu poderia mandar pra alguém minhas palavras escritas? Se isso acontecer, que inventem uma coisa parecida.
Essa semana resolvi arrumar o meu quarto. Achei uma caixa com minhas cartas. Quanta coisa boa se abriu junto com elas! A carta mais antiga é de 1982! É.. muitos de meus amigos nem tinham nascido ainda e eu já lia!  Uma pequena oração à Santa Rita que me foi enviada pela minha avó paterna e olha que a gente morava perto, na mesma cidade, mas minha vó hoje não escreve mais e eu guardei o que ela conseguia fazer tão bem.
Como os meus amigos me escreviam!  Em 1993 morei no sul do país e não tinha essa de mandar e-mail e telefonar era caro... tenho muitas, muitas cartas de amigos e parentes, a recordista é a Paty... como a gente tinha assunto! Voltou toda a minha adolescência lendo...
Muitas cartas do meu primeiro amor, muitas mesmo, acho que era uma por semana, mesmo a gente se vendo todos os dias, escrever era parte do romance. Dá pra perceber que quando a gente brigava, quando estávamos felizes... e quando estávamos terminando, as cartas já eram mais raras, palavras mais duras... Mesmo com os muitos erros ortográficos, mas isso não me importava.

Abri uma carta especial. De 1997. Ainda mais no dia de hoje. É uma carta do meu pai. Uma carta não, um cartão de aniversário. Dizia que eu era a pessoa mais importante do mundo, que se ele existe, é por mim e pelas minhas irmãs. Bom ler isso, já que não posso mais ouvir isso.
Ah... achei uma outra importante, de além mar - 2004... Me trouxe uma poesia. Uma pequena frase bordada num linho branco que diz assim:

O meu coração é só seu e o seu coração é só meu. Para sempre.

Que tempo... tempo que conheci o mundo. Tempo que o mundo me conheceu.
Gosto tanto de cartas, que escrevi postais pra mim mesma. Postais que recebi quando estava fora e que li quando cheguei, só pra lembrar os lugares maravilhosos por onde andei. São 38 postais... como já viajei! Se não fossem eles, teria me esquecido.

Hoje vi o quão feliz fica uma pessoa a receber uma carta. Como palavras escritas dizem muito mais que frases...

Misérias de um sábado a noite

Bar lotado. Sombra verde e batom vermelho-sangue destacam-se num rosto moreno. Os peitos quase saltavam para fora da pequena blusa verde dois números menor , o chamarisco para o sexo oposto. Toda aquela produção mereceria um ou mais troféus.
Objetivo: curtir a noite. Seria, se não pudéssemos observar de longe uma carência imperativa. Blusa verde e duas amigas sentadas à mesa, a primeira num pequeno vestido azul de feira de bairro belorizontino . A segunda, uma loira de postura arqueada que tentava esconder a baixa autoestima, os segredos e as intempéries da vida.
A moça de verde não se contentou em ver uma roda de homens na mesa à frente. Foi à caça. Levantou uma vez e passou por eles, sem sucesso. Voltou, empinou a bunda e nada! Eles, mais preocupados cosigo mesmos e com o campeonato de futebol que passava na TV não a viram passar. Mulher provocativa. Senta, levanta, passa por eles. Nada! Resolve levantar mais um vez, mas dessa não podia errar o tiro. Foi até a mesa dos homens e, de súbito, um se levanta e vai à mesa das mulheres. Os amigos o deixam constrangido, a de vestido azul se atrapalha com a visita inesperada e deixa o telefone cair no chão. Logo se faz uma corrente quase divina de ambos os lados de amigos para que os dois se beijem. A blusa verde atinge um dos objetivos.
Dois outros, estilo cowboy entram no bar, altos, fortes logo fuzilados pelos olhos contornados de sombra verde. Ainda tinha que arrumar para sua amiga e a si própria. Levanta, puxa a calça jeans, empina a bunda num exercício lordósico de dar inveja e volta à mesa dos homens. A fonte esgotou e só um teria sucumbido à sua atitude desesperada de fazer sua amiga feliz por aquela noite.
Blusa verde vira a sua cadeira e lembra-se que eram dois cowboys. Estava salva. Ela e sua amiga iriam colocar na estante, mais um troféu da noite de sábado.
 
Ana
 
*Esse texto também está disponível em http://johnguerrilhacultural.blogspot.com/

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Meus mares



Não sei se porque moro longe do mar, tenho fascinação por ele. Estive contando uma vez e conheço cerca de cinqueta praias e um mar. Não sei bem a diferença, mas dizem que mar é como um lago gigante e salgado que não tem saída para o oceano, apesar que o que eu conheço escapa pelo Gibraltar.  

Hoje estava vendo o trabalho de ciências de um aluno e falava sobre gaivotas. Não me lembro de ter visto gaivotas por praias brasileiras. Nem sei se existem por aqui ou talvez não tivesse ido a uma praia mais tranquila para prestar atenção. Mas me lembro de ter visto em Póvoa de Varzim. Uma antiga vila de pescadores, hoje uma cidade linda, com cassino, arena de touradas, mercado de pescados, casas lindas, painéis de azulejos e uma estátua enorme de Eça de Queirós, seu filho mais ilustre. Costumo me referir à Varzim como aquela que não perdeu o clima de vila. Com suas ruelas - em que mal se passa um carro -, de casas brancas que dá gosto passear, onde pra todo lado e se vê gente cordial, alegre, que gosta de falar das raízes. Me sentei no cais do porto, um pequeno porto com barcos pesqueiros. Lá que observei as gaivotas. Dava pra ver também os peixes próximos dos pequenos barcos ancorados. Era um dia maravilhoso de sol, sorte minha.

Gosto de viajar assim, longe dos chamados pacotes turísticos que são moda. Saio sem rumo. Conheço as pessoas, ando de ônibus, de metrô e principalmente a pé. Não me preocupo onde vou chegar, até faço roteiros, mas sair deles é regra. Assim conheço o mundo, conheço as pessoas, conheço o que me apetece e não os pontos turísticos.

Talvez viajar seja a única coisa que lvo à sério...

Ana

Azulejos que contam a História de Póvoa de Varzim.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Reflections of a Skyline

E eu quero brincar de esconde-esconde, te emprestar minhas roupas, dizer que amo seus sapatos, sentar na escada enquanto você toma banho, e massagear seu pescoço. E beijar seu rosto, segurar sua mão e sair pra andar. Não ligar quando você comer minha comida, e te encontrar numa lanchonete pra falar sobre o dia. Falar sobre o seu dia e rir da sua, sua paranóia. E te dar fitas que você não ouve, ver filmes ótimos, ver filmes horríveis. E te contar sobre o programa de TV que assisti na noite anterior e não rir das suas piadas. Te querer pela manhã, mas deixar você dormir mais um pouco. Te dizer o quanto adoro seus olhos, seus lábios, seu pescoço,
seus peitos,
sua bunda.
Sentar na escada, fumando, até seus vizinhos chegarem em casa, sentar na escada, fumando, até você chegar em casa. Me preocupar quando você está atrasado, e me surpreender quando você chega cedo. E te dar girassóis e ir à sua festa e dançar. Me arrepender quando estou errado e feliz quando você me perdoa. Olhar suas fotos e querer ter te conhecido desde sempre. Ouvir sua voz no meu ouvido, sentir sua pele na minha pele, e ficar assustada quando você se irrita. Eu digo que você está lindo, e te abraçar quando você estiver aflito, e te apoiar quando você estiver magoado, te querer quando te cheiro, e te irritar quando te toco e choramingar quando estou ao seu lado. E choramingar quando não estou. Debruçar-me no seu peito, te sufocar de noite e sentir frio quando você puxa o cobertor e sentir calor quando você não puxa. Me derreter quando você sorri, me desarmar quando você ri. Mas não entender como você pode achar que estou rejeitando você quando eu não estou te rejeitando, e pensar como você pôde pensar que eu te rejeitaria. E me perguntar quem você é, mas te aceitar do mesmo jeito. E te contar sobre o "tree angel", "o menino da floresta encantada" que voou todo o oceano...
...porque ele te amava.
Comprar presentes que você não quer e devolvê-los denovo. E te pedir em casamento, e você dizer "não" de novo mas continuar pedindo, porque embora você ache que não era de verdade mas sempre foi sério, desde a primeira vez que pedi.
Ando pela cidade pensando.
É vazio sem você, mas eu quero o que você quiser e penso: ''Estou me perdendo'', mas vou contar o pior de mim e tentar dar o melhor de mim porque você não merece nada menos que isso.
Responder suas perguntas quando prefiro não responder, e dizer a verdade mesmo que eu não queira, e tentar ser honesto porque sei que você prefere.
 E achar que tudo acabou, espera só mais dez minutos antes de me tirar da sua vida. Esquecer quem eu sou e me deixar tentar chegar mais perto de você. E de alguma forma, de alguma forma, de alguma forma compartilhar um pouco do irresistível, imortal, poderoso, incondicional, envolvente, enriquecedor, agregador, atual, infinito amor que eu tenho


...por você.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Hoje eu não quero...

Falar, discutir, sorrir, xingar, julgar, perguntar, andar, comer, subir, descer, cantar, estragar, virar, sentar, levantar, misturar, cheirar, dormir, espirrar, vender, soltar, prender, comprar, sussurar, gritar, saber, conhecer, machucar, doer, criar, deturpar, inspirar, cortar, ferir, navegar, correr, pensar, maltratar, iluminar, escurecer, abandonar, elucidar, ouvir, separar, animar, desanimar, trabalhar, ensinar, colher, escolher, acalentar, acarinhar, acariciar, chutar, economizar, estrelar, passar, ficar, acender, ascender, apertar, desapertar, furar, nadar, saltar, beber, rir, beijar, ler, escrever, lutar, viver, amar ou morrer.
Apenas estar junto.

O futebol - Por Cristóvão Tezza

Ano passado li o livro O Filho Eterno de Cristóvão Tezza. Um dos melhores livros brasileiros da atualidade.  E não é por acaso que esse autor vem sendo constantemente premiado. Um catarinense que há bem pouco tempo tinha seus livros rejeitados pelas editoras. Ele escreve de forma direta e agradável sem ser vulgar.
No trecho abaixo, ele explica bem o que é futebol....


(...) Esse nada que preenche o mundo (...) uma instituição de importância quase superior à da ONU e que ao mesmo tempo congrega em sua cartolagem universal algumas das figuras mais corruptas e vorazes do mundo inteiro, um esporte que onde quer que se estabeleça é sinônimo de falcatrua, transformando num negócio gigantesco e tentacular, criador de mitos de areia, a mais poderosa máquina de rodar dinheiro e ocupar o tempo jamais inventada, a derrota final das inquietações do daisen de Heidegger, o triunfo definitivo das massas, o maior circo de todos os tempos, vastas emoções sobre coisa alguma - (...) um esporte que sequer tem arbitragem minimamente honesta até mesmo por impossibilidade do olhar dos juízes de dar conta do que acontece, e no entanto urramos em torno dele, a alma virada do avesso - (...) o futebol, essa irresistível coisa nenhuma...
 
Cristóvão Tezza

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Street comics



Tito, é um quadrinista norte americano também conhecido por seu trabalho de street art.
Pelos últimos  anos, seu projeto Street Comics é lido diariamente por milhares de pessoas nas ruas do Rio de Janeiro.
A história de um herói (brasileiro) sem teto,  o Zé ninguém, e seu cachorro tem causado curiosidade pelo mundo todo.

Morning Music...




Blackbird


The willow it weeps today
A breeze from the distance is calling your name
Unfurl your black wings and wait
Across the horizon's coming to sweep you away
It's coming to sweep you away




Let the wind carry you home
Blackbird fly away
May you never be broken again




The fragile cannot endure
The wrecked and the jaded, a place so unpure
The static of this cruel world
Cause some birds to fly long before they've seen their day
Long before they've seen their day




Let the wind carry you home
Blackbird fly away
May you never be broken again
Beyond the suffering you've known
I hope you find your way
May you never be broken again




Ascending you find your resistance
You know that you've made such a difference
In all you leave behind, you'll live to the end
The cycle of suffering goes on
But the memories of you stay strong
Someday I too will fly, and find you again




(Solo)




Let the wind carry you home
Blackbird fly away
May you never be broken again
Beyond the suffering you've known
I hope you find your way
May you never be broken again
May you never be broken again

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Lar Doce Rock




Eu e mais dois amigos estamos ainda discutindo como vai ser nossa velhice. A princípio seríamos tiozões e tiazonas solteiras com 2654654145 gatos cada um. Mas gato não, eca, gato é nojento. Tá, vai... cachorros. Não! Peixe não dá trabalho e morre logo. Mas tem gente que detesta "bichinhos". Ok, plantas.
B.: _  Quer saber? Vou é ter uma motoca que nem a do meu pai e dar a volta ao mundo! Já estou na metade da minha vida, já vou fazer 20!
I.: Ah! Até  os 60 tudo funciona!
A.: Ok, vamos fundar uma casinha de repouso pra gente. Com peixes, jardim e muita música ambiente - Pantera, Iron Maiden, AC/DC, Metallica, Alter Bridge, Pearl Jam, Sonata Arctica... - pra todos os gostos!


happiness

Today I woke up in a good mood ... I woke up listening a good song... Ghosts are leaving and when I write in English, I know, I'm really good It's good to listen...





                

P.S.:  U don't know how u makes me well!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Groselhas cotidianas

Ana diz:
 Nó, bebi demais ontem.

 Lu diz:
Foi mesmo!!! O Cris morreu de rir de você!

 Ana diz:
Sabe o que é foda? Eu nem fico com dor de cabeça, mas os meus dentes doem demais, ficam sensíveis... Será que estragou o esmalte?

 Lu diz:
Mas vc tava bebendo álcool ou acetona??? kkkkk     

 Ana diz:
Putz!

British Popular Music


Segundo a maioria dos dicionários, o termo POPULAR significa aquilo que pertence ao povo; Vulgar, plebeu; Que desperta a simpatia, o afeto do povo; Muito conhecido, notório.
Levando-se em conta esses conceitos, penso na música popular brasileira e chego à conclusão que a tal MPB não é nada popular pois não pertence a maioria da população. Já ouviu um típico amazonense lá da fronteira, cantando um Chico Buarque de Holanda ou comprando os discos dele (não generalizando)? Tá.. concordo, o Brasil é múltiplo, é enorme e isso é um ponto negativo pra se ter um gosto parecido em todos os pontos cardeais brasileiros. Por outro lados temos essa diversidade que eu adoro, mas que, sob minha ótica, também dá abertura à muita música que não me agrada. Mas A MIM, ok?
Então, tive pensando nas músicas populares de outros países. Os EUA têm muita coisa boa, mas tem o mesmo problema geográfico e cultural do Brasil. Os países da A.L. têm suas particularidades, se destacando agora o tecnotango, que é bacana sim, mas nada muito expressivo. O Oriente... ah... detesto música cantada em japonês, mandarim, indiano ou árabe. A africana, bom... Pouca coisa sei. Mas se não sei, é porque tem pouca projeção mundial, ou seja, não é tão popular assim.
É... a Europa é musicalmente fascinante, desde as mais antigas, cantadas em línguas mortas como o latim e as de influências escandinavas até às clássicas que perduram até hoje... Ah, e tenho que citar especialmente a Música popular Finlandesa (ou me matam.. rsrs)  basicamente Metal! Isso aí, todos ouvem metal na Finlândia...
Mas particularmente gosto da Música Popular Britânica (Lê-se Inglaterra, Escócia e País de Gales)! É covardia comparar a brasileira com a britânica mesmo por que são geográfica e culturalmente incomparáveis.
Mas sei que me agrada... Arrisco dizer que se um dia escolhessemos a Música Popular Mundial, a maioria seria originalmente britânica. Em qualquer (qualquer mesmo) lugar do mundo se ouve Britsh Music! Não sei explicar o motivo de fazerem música popular de tão bom gosto, mas penso que é o clima, a cultura, o poder e por terem a língua mais difundida (não disse mais falada) no mundo...



Ana
Alguns dos britânicos da BPM:

·   
·         Adele
·         Amy Winehouse
·         Annie Lennox
·         Arctic Monkeys
·         Aswad
·         Bat for Lashes
·         Billy Fury
·         Black Sabbath
·         Blur
·         Brian Bennett (The Shadows)
·         Buzzcocks
·         Chas McDevitt
·         Cilla Black
·         Coldplay
·         Cream
·         Culture Club
·         David Bowie
·         Def Leppard
·         Duran Duran
·         Dusty Springfield
·         Elton John
·         Eurythmics
·         Franz Ferdinand
·         Happy Mondays
·         Humphrey Lyttelton
·         Jethro Tull
·         John Lennon
·         Johnny Kidd & The Pirates
·         Judas Priest
·         Kate Bush
·         Kate Nash
·         Ken Colyer
·         Led Zeppelin
·         Leona Lewis
·         Linton Kwesi Johnson
·         Madness
·         Marty Wilde
·         Moody Blues
·         Motorhead
·         New Order
·         Oasis
·         Paul Weller
·         Pet Shop Boys
·         Pink Floyd
·         Pulp
·         Queen
·         Radiohead
·         Robbie Williams
·         Sandie Shaw
·         Saxon
·         Sex Pistols
·         Siouxsie and The Banshees
·         Slade
·         Small Faces
·         Steel Pulse
·         Stone Roses
·         Suede
·         T.Rex
·         Take That
·         The Animals
·         The Beatles
·         The Damned
·         The Rolling Stones
·         The Smiths
·         The Specials
·         The Sweet
·         The Who
·         The Zombies
·         Tommy Steele
·         UB40
·         Yardbirds





    Enjoy!
·