Essa semana é o tempo para se falar da mulher... Não me importa se a sua opinião é contra ou a favor da data. Não me importa se é comercial ou não, se devemos lembrar ou não todos os dias das mulheres. Mas vamos deixar de ser hipócritas e assumir que na sociedade as mulheres não são reconhecidas e ainda, lastimavelmente, são massacradas. A tal data é, não somente para nos lembrar que em 1857 operárias se mobilizaram na primeira greve exclusivamente feminina onde reivindicavam melhores condições de trabalho que, à época, eram sub-humanas, incluíam agressões físicas, sexuais, uma jornada muito extensa e foram mortas carbonizadas depois de um incêndio já que estavam aprisionadas dentro da fábrica. Mas uma resposta à reflexão sobre o papel da mulher na sociedade.
Como eu disse, essa semana se fala muito da mulher e por acaso, passei por um desses péssimos programas sensacionalistas, onde a violência é escancarada, e vi uma cena que doeu na alma... Uma mulher espancada pelo marido. Uma mulher pequena, magra, com o rosto inchado pelas pauladas, vinte pontos na cabeça, hematomas por todo o corpo, olhos que mal se abriam e uma ferida na axila. A figura da pessoa que a agrediu era de um homem de olhos cruéis, alto, forte, que deveria pesar em torno de 100kg. Que chance tinha essa mulher? Como ela mesma disse, já havia perdido muito sangue e implorado para que parasse de bater.
Passei por isso e, mesmo não sendo a minha situação tão violenta quanto a dela, digo que mudou a minha vida com relação ao envolvimento com as pessoas, com relação à mim mesma, com relação à minha autoestima e com relação à consternação com essas outras mulheres. O pior é que quem bate é quem está ao lado, é o homem próximo, o “companheiro”. Ele quer provar que tem mais poder, mas como o cérebro não pode chegar nem perto do que é um cérebro feminino, violenta. Pobres homens. São escória. São pequenos.
A mulher sempre foi tratada como sexo frágil, por ser mais emotiva, delicada, mas são esses hormônios FDP que as deixam assim, mas o fazem para que possa ser mãe. Coisa que o homem nunca será porque não tem a capacidade física, nem psicológica para isso, muito menos a capacidade moral e afetiva.
Enquanto homens violentam, mostram seu poder pela força, as mulheres falam, participam da política, criam seus filhos, cuidam desse mesmo homem que fere, que mata. E isso é humano. Desde os primórdios, as mulheres foram cultuadas como deusas, como divindades e só elas teriam certos “poderes”. É a mulher que tem papel fundamental de mudar a história, sem ela, a Grécia, o Egito e a sociedade ocidental não seria a mesma. É ela quem manipula o homem para tais mudanças, ela pode tanto tornar um rei vitorioso quanto levar uma nação à uma guerra. E usa de palavras, usa de delicadezas, usa de inteligência para tal, não de violência. Mulheres podem ser frágeis fisicamente, mas não intelectualmente.
Eu não gosto da forma como as pessoas entendem a tal igualdade entre homens e mulheres. Nunca seremos iguais em muitas coisas, talvez, apenas nos direitos, política e mesmo assim, tem lá suas exceções. Não em trabalho pesado, não em querer ser mais masculinizadas.
Poderia ficar aqui citando exemplos diversos de mulheres, mulheres fantásticas como Joana D’arc, Cleópatra, Helena de Troia, Margareth Tatcher, Hilda de Whitby, Dilma Rousseff, Ana Comnena, Catarina de Médici, Ana Bolena (Morta por seu companheiroa aliás!), Catarina, a Grande, Rainha Elizabeth, Rainha Vitória, Zilda Arns, Angela Merckel, Simone de Beauvoir, Sonia Gandhi, Winnie Mandela, Jane Addams, Ellen Johnson-Sirleaf, Leymah Gbowee, Tawakkul Karman, Madre Teresa de Calcutá entre tantas outras que fizeram esse mundo mais humano. Mas hoje foi só um desabafo. Um desabafo de mulher, de mulher que não suporta violência doméstica, que não suporta homens com pouca inteligência*.
*Que fique claro que não sou generalista. Boa parte dos homens sabem entender e respeitar a alma feminina.