segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Frase do dia

Eu vou deixar pra lá, fingir que esqueci, agir como se não importasse. O que é verdadeiro volta." (Caio Fernando Abreu)

Limpando as gavetas

A primeira coisa que joguei fora foi uma carta escrita num papel de carta antigo, até amarelado, que não tinha assinatura, mas as palavras eram gostosas de se ler. Palavras elogiantes, falando pra mim de um jeito doce. Talvez aquele escritor não me conhecesse bem e, por isso, me achasse tão fantástica assim.
Depois foram minha apostilas da faculdade. Fotos e lembranças daquele tempo. Vídeos de formatura.
 - Por que você vai jogar isso fora? É sua vida!
 - Faz quase cinco anos que me formei e não vi até hoje, acha que vou ver?
Foi desprendimento. Joguei fora não só papéis, vídeos e fotos. joguei fora parte da minha história e quem me conhece sabe o quanto isso é difícil pra mim. Minha vida ali parecia mais uma caixa de pandora que estava sendo esvaziada. Eu jogava fora amores, pessoas, tristezas, memórias, vidas, saudades. 
Às vezes preciso disso.
Foi um fim de semana feliz e melancólico.
Sei que ontem fiquei de te ligar, mas sinceramente não tava afim de falar com você. Nã sei se isso é bom ou ruim, mas, maniqueísmos à parte, fiz o que EU queria.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Chegar, sentar e falar tudo seu pra uma pessoa que você nem conhece. Isso eu faço todas as quartas há quase seis meses. Ontem falei com ela que isso me incomodava, era uma situação de poder e eu era a parte vulnerável, a parte inferior daquela situação. Ela retruca: não penso assim, eu é quem sou a parte vulnerável da relação, afinal eu só sei o que você diz pra mim. Não sei nada além do que você me diz.
Tá, ontem eu saí arrasada por não ser capaz de resolver os meus problemas, sendo que até meu sobrinho de três anos faz isso. Meus problemas são pequenos. O mundo passa fome, perde dignidade, o mundo tem problemas maiores. Saí precisando de colo, mas não tinha, então deitei no meu travesseiro mesmo. Aquela música ainda rondava a minha cabeça e isso me fazia pensar em você. Mas eu não podia ter seu colo mesmo assim, mesmo que ontem eu quisesse muito. Você está numa fase tão "myself" que eu não posso exijir nada. Isso te faz bem e chega de eu estragar tudo. Mas eu queria falar mais. Ensaiei mais mensagens, mas não foram enviadas. Não foram porquê me odiaria pro resto da vida e agora não quero isso, com certeza não.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Isso é perigoso, menino!

Tem coisas que insistem em permanecer. Deixamos. Por algum motivo não vão embora e deixei de tentar entender. Não vai mesmo dar certo nunca. Não do jeito que eu quis. Mas existe uma dependência pseudo-intelectual. Fato.
O problema é que essa dependência existiu antes, em outras cabeças, em outros tempos e o fim é trágico. E mais uma vez será.
HOJE. Esse foi o título do post que li ontem. Ainda cru, ainda sem muitas palavras. Mas o mundo que fervilha naquela cabeça é grande. Logo, o blog também será. Eu disse, isso é perigoso. Palavras são perigosas.
Mas prometo (se acretida em - minhas - promessas), serei menos cruel (se eu conseguir...).

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza.

Mas então chega o depois, a coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face. Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna.

Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem,
só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho.

Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.

Olhe-se no espelho...

Lya Luft

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Com todas essas coisas que andam acontecendo no FeFeLeCHistão, acabei lendo umas coisas antigas e achei alguns textos de pessoas antigas.
Uma parte coloco aqui. A pessoa, ao que vejo, prefere o anonimato, ou simplesmente se autodenomina Y. Por isso não tem créditos, mas que fique claro que não é meu. Como quiser. Fato é que concordo com...

Caro leitor, meu nome é Y. tenho 27 anos e sou considerada uma pessoa do grupo dos jovens. Nesses anos de vida e ao menos doze de juventude, nunca: participei de uma Ong ou de algum movimento social. Não acredito em nenhum Deus institucionalizado, não acredito na maternidade - ao menos não nos moldes em que a vivemos, não acredito em relacionamentos monogâmicos, em uma ética pautada pelo trabalho, na Academia, nos sindicatos, em representantes estudantis, na Escola. Não acredito em filmes pornôs, não confio na água que eu bebo, desconfio do ar que respiro, das roupas que visto e do tênis que calço.