Não sei se porque moro longe do mar, tenho fascinação por ele. Estive contando uma vez e conheço cerca de cinqueta praias e um mar. Não sei bem a diferença, mas dizem que mar é como um lago gigante e salgado que não tem saída para o oceano, apesar que o que eu conheço escapa pelo Gibraltar.
Hoje estava vendo o trabalho de ciências de um aluno e falava sobre gaivotas. Não me lembro de ter visto gaivotas por praias brasileiras. Nem sei se existem por aqui ou talvez não tivesse ido a uma praia mais tranquila para prestar atenção. Mas me lembro de ter visto em Póvoa de Varzim. Uma antiga vila de pescadores, hoje uma cidade linda, com cassino, arena de touradas, mercado de pescados, casas lindas, painéis de azulejos e uma estátua enorme de Eça de Queirós, seu filho mais ilustre. Costumo me referir à Varzim como aquela que não perdeu o clima de vila. Com suas ruelas - em que mal se passa um carro -, de casas brancas que dá gosto passear, onde pra todo lado e se vê gente cordial, alegre, que gosta de falar das raízes. Me sentei no cais do porto, um pequeno porto com barcos pesqueiros. Lá que observei as gaivotas. Dava pra ver também os peixes próximos dos pequenos barcos ancorados. Era um dia maravilhoso de sol, sorte minha.
Gosto de viajar assim, longe dos chamados pacotes turísticos que são moda. Saio sem rumo. Conheço as pessoas, ando de ônibus, de metrô e principalmente a pé. Não me preocupo onde vou chegar, até faço roteiros, mas sair deles é regra. Assim conheço o mundo, conheço as pessoas, conheço o que me apetece e não os pontos turísticos.
Talvez viajar seja a única coisa que lvo à sério...
Ana
Ana
Azulejos que contam a História de Póvoa de Varzim. |