quinta-feira, 12 de abril de 2018

Precisamos falar sobre o alfabeto de B.

B. entrou na minha vida do mesmo jeito que se foi. De supetão. 
Há muitas coisas aqui nesse blog que são ele, mas eu não quis ler nenhuma delas antes e escrever. Gosto dessa coisa de falar como me sinto hoje e não de dar continuidade ou coerência sobre o que escrevo. 
Mas B. ... 
O conheci em dezembro de 2010. Não lembro tudo. São muitos e muitos anos de coisas que acho que minha memória me fez esquecer pra continuar com ele. Nesses 7 anos e três meses, ele foi a minha mais forte e mais destrutiva droga. Engraçado como não sabemos distinguir certo e errado quando se está sob o efeito de entorpecentes fortes. Entorpecente entendo aquilo que te tira da vida real, que te mata devagar e que você quer, desesperadamente, cada vez mais e faz de tudo pra conseguir, até mesmo passar por cima dos seus conceitos, da sua família, da sua dignidade. B., definitivamente foi a minha pior droga. Mistura de dor, prazer, humilhação, mendicância. 
Em 2010 ele tinha um relacionamento com a mãe do seu primeiro filho. Eu só soube 7 meses depois. Nesse meio tempo, estava encantada por aquele cara que te fazia estar nas nuvens, que te achava tudo o que os outros caras nunca viram em você. Que transava muito, que te achava linda mesmo quando todos os outros te achavam acima do peso, que fazia tudo parecer um conto de fadas. 
B. foi me levando, encontrando finais de semana, o que me fazia pensar que ele não tinha outro relacionamento, mas sempre tinha uma desculpa pra não namorar, dizia que não queria se prender e me fez acreditar que assim seria bem mais legal. 
Até que um dia, em um bar, ele decide contar que tinha uma namorada e que tinha um filho com ela. Meu mundo desabou pela primeira vez, mas ele ainda disse que eu era mais especial, que ele não gostava dela, mas que estava com ela por causa do filho. Finalmente, eles iam morar juntos por causa da criança. Ok, eu disse, posso te ajudar e peguei os três primeiros meses de aluguel do "casal que estava junto por causa do filho", afinal era um absurdo a criança ficar desamparada. Me anulo, não questiono, apenas "entendo". 
Eu ainda era a mais especial. A vida se torna um inferno. A insegurança toma conta. Até que um dia, no mesmo bar que nos conhecemos, ele teve a mais "linda" ideia de me levar na casa deles e dizer à mãe do filho que ele me amava e não ela. Hoje sei que errei muito ao não impedir isso, mas era o jogo, ter ele, ser a mais especial. Foi uma cena que não gosto de lembrar. 
Depois disso, mais inferno a nossa vida se tornou, mas eu ganhei, né? Ele estava comigo agora, mas sem namorar. Era melhor assim, a gente "funcionava" desse jeito, livre. 
Saíamos, nos divertíamos, continuava entorpecida, me achando a dona do troféu. Mas insegura.
Eu sempre pagava as contas. Ele nunca tinha grana. Eu sempre dava presentes, ele sempre ganhando pouco, ainda tinha que ajudar o filho... 
Um tempo depois, fomos para o Rio. Eu, irmão de B. e amigo de B. Foi bem bacana, tava feliz por fazer parte do círculo de amigos e família dele. 
Fomos ao Rio de novo e acabo encontrando uma mensagem no seu celular. Desconfiada, na volta, me passo por interessada em seu irmão numa rede social e ele me solta que B. havia viajado com ele, o filho e a "namorada" pra casa da irmã. 
Pronto... Descobri que ele estava namorando com uma mulher bem mais velha, professora pública. Mal saí de um inferno e entrei em outro. Ele estava dormindo, o acordei aos tapas. Como chorei e não percebi a crueldade no rosto dele, que indiferente, me olhava ali, sentada no chão, perguntando se eu merecia aquilo. Separamos, mas dois dias depois eu estava pedindo perdão. Pois... Pedindo perdão e pedindo pra estar com ele de novo, que eu aguentaria tudo e ele aceitou. 
Foram dois longos anos aguentando calada ele postando mil fotos com a mulher. Cada lugar que iam e que ele nunca me levou... Aguentava tudo, afinal, o "amor" por ele era capaz de suportar tudo. Até que um dia veio a notícia "eu e ela terminamos". Meu Deus! Como me senti feliz. Eu seria a próxima da fila... mas um "Eu não estou em disputa e, mesmo que fosse, você não é a primeira da fila" me voltou à realidade. Eu era apenas a sua boneca inflável, tinha me esquecido. 
Tava feliz que ele apagou tudo dela da internet, mas um tempo depois, fiquei sabendo que na verdade eles voltaram e ficaram mais dois anos juntos, sem que eu soubesse. Um dia tudo isso veio à tona, quando ela me procurou e me contou tudo. Aliás, ela também não sabia de mim e atentou contra a sua própria vida. 
Durante tudo isso, eu estava ainda preocupada com uma tal de C, coitada. Ela só era outra boneca inflável. Ela me procurou e me contou os absurdos que ele fazia com ela. Mas que, mesmo assim, ela continuava com ele. Eu conversava com ela e contava tudo à ele. Não podia traí-lo! 
Mas outra me procurou, a M. 
M. ficou com ele 4 anos. Pegou pensões do filho, prestações do carro e só deixou de ser boneca inflável quando não pode mais sustentar os luxos dele. 
4. Eram 4 mulheres ao mesmo tempo. Não imagino como ele conseguia administrar tudo isso. Um dia não deu mesmo. 
Continuamos, eu era sua cúmplice, gostava da gente juntos. Achava que agora estava "só" comigo. 
Mas eu ainda sentia que algo estava errado. Era uma desculpa em cima de outra. Encontrava cartões de crédito de mulher em sua carteira. Ele passou a bloquear o celular. Não atendia na minha frente. Arrumava desculpas pra não me ver. Não tirava fotos e ai de mim se colocasse algo da gente nas redes sociais. 
Cansada decido morar fora. 
Volto por causa das saudades e passamos um ótimo carnaval juntos. A minha vida tava de volta! 
Voltei pra droga B e agora estava tudo bem. 
Ouço boatos de que ele estava com outra. Uma moça de outro estado. Ah, deve ser outra boneca inflável, pois, se fosse importante, estaria com ela no carnaval, não comigo! 
Pois... Eram namorados. Volto ao inferno. Mas ela morava longe. Ficava com ele um fim de semana ou outro, eu o tinha todos os outros dias. Eu ainda tinha o meu troféu. 
Volto ao inferno e me descubro grávida. Ele pediu que eu tirasse e eu não cedi. Ainda não consegui sair do inferno e os diabos agora são B. e J. Ela agora é a dona do troféu. É ela quem sou eu quando, há 7 anos, ele deixou o primeiro filho. 
Ele simplesmente virou as costas. Não há contato. Não há sentimentos pelo pequeno. 
Não há mais B. 
Somos eu e baby. 

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